quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011




Alice se sentia insatisfeita. Assim que abriu os olhos naquela manhã, o sentimento de insatisfação encheu seu peito e não foi mais embora. Começou a pensar na vida pra tentar entender porque se sentia assim. Foi juntando os fatos e notou que, com a vida como estava, toda bagunçada, era impossível não se sentir daquele jeito.
Entretanto, viu algo mais. Viu que sempre que dizia que pretendia ficar só, nunca ficava. Parecia que seu corpo possuía algum elo magnético que fazia com que as pessoas grudassem ainda mais nela e a sufocassem ainda mais, e ela ia agüentando aquilo mais e mais porque não gostava de ser desagradável.
Foi então que num estalo, percebeu seu erro. Estava exatamente aí, na sua cara o tempo inteiro. Alice se sentia assim, pois sempre que fazia algo nos últimos tempos, fazia mais pelos outros do que por si mesma.  Não que não gostasse, gostava sim. Mas fazer o mesmo sempre acabava ocupando um lugar de obrigação na sua vida, não de escolha.
Faltava isso. Faltava a liberdade de escolher o que gostaria de fazer sem interferências, sem a preocupação que magoaria ou não alguém. Estava pensando muito nos outros e pouco em si mesma. Desde o inicio do ano havia traçado um rumo para sua vida que insistia em se desviar do caminho, e agora isso já não agradava mais.
Respirou fundo, fitou seus pés e lançou um olhar distante.
Era preciso muita força de vontade pra conseguir o que queria. Era preciso mais que isso.
Era preciso coragem.

Um comentário:

Tiago disse...

Sabes do mundo guria,sabes da vida,sabes de tudo,como eu sempre te disse,vives e sonhas como ninguém mais faz,com emoção e alegria,como se fosse sempre a ultima vez!
Tens um coração a moda antiga,que bate no seu próprio compasso,no seu próprio tempo,no seu próprio mundo.
Se sentir saudade,sempre vai saber me achar.
Beijo...Quixote.