sexta-feira, 28 de janeiro de 2011




Alice estava sentada em um cogumelo saboreando lichias em um dia de sol.  Fazia muito calor, e como adorava frutas (especialmente lichias geladinhas, suco de melancia/melão e uma boa água de côco) resolveu juntar o útil ao agradável.
Estava sozinha e se sentia confortável. Havia conversado com Quixote e voltaram a ter uma boa relação, mas já não o via há alguns dias, provavelmente por opção, e não se sentia mal com isso. Estava mesmo precisando ficar só.
Não que se excluísse do mundo, longe disso, freqüentemente conversava com ele, às vezes com o chapeleiro e a lagarta, mas haviam novos caminhos surgindo na vida de Alice os quais ela gostaria de saborear , mesmo porquê estava passando por maus bocados há algumas semanas os quais somente ela poderia resolver.
Era difícil para alguns respeitar o espaço dela ou entender sua decisão, mas ninguém melhor que ela para saber o que seria o ideal a fazer com sua própria vida.
Estava disposta a respirar, a seguir em frente e gostaria que ninguém, ninguém mesmo atrapalhasse essa decisão. Estava cansada de dar explicações, procurar por respostas.

Ela só queria viver a sua maneira e fazer tudo o que tivesse vontade.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011



Após alguns dias de silêncio, sem trocarem uma palavra, sem se ouvirem ou se falaram, sem ao menos se olharem, Quixote criou coragem para quebrar aquele silêncio fúnebre:
- Por quê eu sou um idiota!
-Ahn?  - respondeu Alice olhando para ele com curiosidade e interesse apesar da chateação.
- Por quê sou um idiota! Ele repetiu a fitando seriamente com os olhos verdes e desta vez, muito, muito escuros.
Alice sorriu tristemente e baixou os olhos devagar. Deu um suspiro longo e perguntou: - Certo, e o que a gente faz agora?
- Me dá outra chance! Juro que vou fazer tudo direito!
- Era o que você me dizia antes...
- Mas desta vez será diferente! Eu prometo Alice, prometo! Me deixe tentar!
- Você me dizia tudo isso antes Quixote. Traiu minha confiança! Como posso ter certeza se poderei confiar novamente em você?  Confiança é como uma teia Quixote, delicada, invisível e fina, qualquer deslize destrói o trabalho todo! Quanto tempo eu não demorei para confiar em você? Quantos e quantos anos? E você destruiu tudo, tudo o que construímos juntos!
- Eu sei Alice, e assumo todos os meus erros. Mas te amo mais que minha própria vida, mato e morro por você. Só de pensar em acordar e já não ver teus lindos olhos, meu coração entristece, a vida some... Sei que errei, mas acho que é possível consertar se você me der uma chance, só mais uma!
Alice olhou calmamente para Quixote, fitando aqueles olhos, que sempre foram dela. Algo neles dizia “ por favor, confie em mim” ...
- Certo Quixote, certo.... Vamos conversar...