domingo, 4 de abril de 2010

As vezes fico me perguntando o que leva um homem, no auge da vida, aposentado, com esposa e filhos, a procurar por um caminho que o leve para longe...
Meus questionamentos giram em torno de saber aonde falhamos... Como deixamos que se sentisse assim, tão incompleto a ponto de precisar ir embora para poder se encontrar...
Seria muito absurdo de minha parte pensar que seria muito egoísmo deste homem a ponto de pensar em sua felicidade e não na das pessoas que deixa para trás? Ou seria egoísmo de minha parte não deixá-lo partir para que seja feliz distante...
Este mesmo homem que decide partir sem pedir opinião... que mesmo sendo lhes dada milhares de sugestões para que continuasse perto, ele insiste em ir embora...
Será que o amor acabou? Este amor que ele insiste em dizer que sente?
Não sei como encaixo isso em minha cabeça, como compreendo a visão de vida que este homem tem, pela busca do que lhe falta, e que sua esposa e filhas certamente não conseguem suprir... Mas o sentimento de incapacidade que fica é muito grande...
Ver um pai partir... arrumar suas malas, sair pela porta sem saber quando volta, em busca do caminho da felicidade, abandonando tudo, dói demais...
A sensação que eu tenho é exatamente essa, de estar sendo abandonada por alguém que não percebe o que está fazendo.
Ver meu pai insistir em algo que sei que não é o melhor para ele, parte meu coração... Permitir que parta sozinho, sem ninguém para cuidar dele enche meu coração de agonia, tristeza e preocupação...
Até quando será necessário aturar isso? Será necessária uma inversão de papeis e permitir que cometa um erro enorme pra entender o porquê insistíamos tanto que não fosse embora?
Espero do fundo do meu coração que se ele decidir por vez ir mesmo, que ele seja feliz.
Mas o sentimento de abandono é muito grande, por todo o contexto que possuí, e a única pergunta que fica é: Aonde erramos?

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