sábado, 10 de abril de 2010





“Eu não agüento mais, preciso ir embora... mas eu tentei, você viu como eu tentei, e também estou chorando agora... mas eu preciso partir...”
Foram as palavras que ele me disse antes de me empurrar num poço escuro... em um mergulho sem volta.
Entrei em choque. Congelei. Parei de respirar. E como numa explosão inesperada entrei em pranto, lagrimas misturadas com um sufoco enorme, sem tamanho...
Por muito tempo, vivíamos e nos completávamos, era como música, como perfeita simetria... Às vezes em tons mais agudos, às vezes em sustenidos mais graves em tons de ameaça, às vezes uma continua melodia, num encaixe perfeito.
Aqueles olhos verdes que me fitavam, como um anjo eu sabia que de onde quer que fosse ele ia estar olhando por mim, olhando pra mim, cuidando de mim...
Mas havia acabado... ele havia me dito que não agüentava mais, que tudo o que havia feito por mim era em vão... Ele questionou se eu seria capaz de fazer por ele tudo o que havia feito por mim, e que havia sido por todo esse tempo um otário na minha mão...
Uns dias atrás, meu peito estava sufocado com a partida de meu pai... e como um anjo ele veio novamente me ouvir, me aconselhar... e hoje, vejam só... quem parte é ele..
Será que volta?
Será que eu merecia ouvir tudo o que você me disse?
Será que eu devo acreditar em tudo o que você me disse?
Devo guardar nossa história num baú? Devo colocar juntamente nossos sorrisos?
Eu também não sei pra onde seguir agora, também não sei o que fazer, sei que me sentia mais segura com você perto...
Uma vez eu questionei: “se eu não servir como sua namorada, também não sirvo como nada mais?”
Você sorriu sem graça e disse: “Claro que não, o que me importa é ter você perto... você é a parte mais bonita em mim...”
Hoje você mata tudo isso...
Sim, você me magoou, me feriu... matou um pedaço de mim, jogou no chão, chutou e pisou...
Você matou a beleza que eu enxergava nas coisas, no mundo... nos teus olhos.
Hoje todas as flores morrem, e eu, tola que sou, insisto em acreditar que talvez os dragões sejam apenas moinhos de vento...

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