terça-feira, 21 de dezembro de 2010




Alice correu a manhã toda em busca da toca do coelho, para que pudesse se atirar nela novamente e se esconder ou ir parar em algum lugar qualquer que não fosse ali.
Estava cansada, definitivamente de saco cheio de tudo e de todos. Quanto mais pedia para ficar em paz, mais atormentada era. Afinal de contas, porque as pessoas acham que para ajudar elas precisam necessariamente fazer alguma coisa? Às vezes, só de não fazer nada, já é absolutamente eficiente. Era o que queria. Queria ficar em paz, e sozinha.
Ficar sozinha não é ruim, mas as pessoas associam solidão a algo ruim, trágico, depressivo, o que não significa necessariamente que seja.
Mas onde estava aquela maldita toca? Pensava que por muito tempo gostaria de ficar ali quando na verdade o que mais queria era ir embora.
Fugir da pressão de todos, o ar tinha cheiro de hipocrisia, as rosas haviam morrido e ela estava novamente sozinha.Tudo o que sabia, era que ainda não havia encontrado o que estava procurando.
Derrotada, se sentou em baixo de um salgueiro em silêncio, e ficou, olhando o nada. O chapeleiro que passava por ali, ao ver Alice, se aproximou e perguntou – Alice, o que está fazendo?
Alice lhe lançou um olhar sem vida e num sussurro baixo respondeu  - Preciso ir embora daqui. Estou desesperada. Não agüento mais.
O chapeleiro olhou com compaixão pra ela e respondeu  - “Você bem que podia ficar...”
Alice olhou para o chapeleiro e lhe lançou um sorriso triste dizendo –  Desculpe... em todos esses anos, ainda não encontrei um bom motivo para ficar...

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